
Design com pé no chão: como criar produtos relevantes em ecossistemas com limitações estruturais
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Em muitos setores, não basta o produto ser intuitivo, funcional e bonito. Ele também precisa respeitar exigências legais, protocolos obrigatórios e burocracias que ainda não foram digitalizadas. E não adianta espernear. É o que é.
Vamos aos exemplos.
Um time desenvolve uma solução incrível para automatizar o protocolo de petições em processos judiciais. A interface é limpa, o fluxo é otimizado, a integração com os CRMs jurídicos funciona como prometido. .
Mas na hora do envio ao tribunal, ainda existe a necessidade de verificação manual, validação específica por estado e, em alguns casos, envio complementar por e-mail ou presencialmente. Isso é um balde de água fria?
Talvez. Mas não invalida o produto. Ele ainda economiza horas de trabalho, evita erros e melhora a vida dos advogados e operadores do direito. Ele não acaba com o problema, mas resolve grande parte dele.
Outro exemplo. Uma iniciativa em saúde pública lança um aplicativo para agendamento de exames. Tudo flui bem. O paciente escolhe o local, recebe lembretes, confirma a presença. Só que, ao chegar na unidade, ainda precisa apresentar documentos físicos e assinar autorizações no balcão.
Por que não digitalizar isso também? Porque a regulamentação do setor não permite. E aí? Joga o app fora? Claro que não. A solução ainda reduziu faltas, agilizou triagens e melhorou a comunicação com a população. Não é revolução total, mas é progresso.
É aqui que entra a maturidade de quem trabalha com produto. Entender que nem todo projeto precisa virar capa da Fast Company. E que tudo bem não digitalizar o mundo inteiro de uma vez.
Existe valor em melhorar o que já existe, mesmo que parcialmente. Existe valor em respeitar o tempo do mercado. E existe, principalmente, valor em não se deixar levar pela empolgação do “vamos reinventar tudo” sem olhar para o que realmente precisa ser feito.
Quem trabalha com produto precisa aprender a dançar com as restrições. Não para aceitá-las de braços cruzados, mas para driblar com inteligência.
Muitas vezes, o verdadeiro impacto está naquela melhoria que parece pequena demais para virar case, mas grande o suficiente para reduzir custos, aliviar uma equipe ou encantar silenciosamente quem está do outro lado da tela.
Inovação de verdade não é só sobre novidade. É sobre relevância. Disrupção pode ser poderosa, mas não é obrigatória. E a melhoria contínua, embora menos glamourosa, é o caminho mais seguro para quem quer construir algo sustentável em todos os sentidos.
No lugar de mirar apenas no produto perfeito, talvez a pergunta mais honesta seja: o que podemos melhorar hoje para que a experiência de quem usa nossa solução seja mais fluida, mais simples, mais eficiente?
Porque no fim das contas, o sucesso de um produto não está na quantidade de buzzwords que ele carrega, mas na clareza com que resolve o que se propôs a resolver..