Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Os discípulos de Jesus são radicalmente diferentes das outras pessoas. Pelo sendo comum, os bem-aventurados são os fortes e que não levam o mal tão a sério a ponto de chorar por ele; as pessoas felizes são aquelas que não levam desaforo para casa, que não são mansas; são os saciados, não os famintos ou os sedentos por justiça; e felizes aqueles que vencem as brigas.

Enquanto que, por outro lado, no início desta caminhada pelas bem-aventuranças, vemos Jesus descrever seus seguidores e seguidoras como pessoas que são vistas de joelhos diante de Deus reconhecendo sua pobreza espiritual e chorando por causa dela. Isto as tornam mansas, ou seja, enfrentam suas provações sem rancor ou amargura, sempre gratas a Deus. E avançam com fome e sede da justiça que não encontraram nelas mesmas, relacionando-se com as demais pessoas cheias de misericórdia, sempre liberando perdão a quem precisa. Buscando sempre mais de Deus, recebem um coração limpo e, por isso, conseguem ver a ação de seu Criador em todas as circunstâncias. São chamadas filhos e filhas de Deus por causa de suas atitudes que promovem a paz, a reconciliação.

E justamente por isso, por serem tão radicalmente diferente, é que vem a consequência. São perseguidas por causa da justiça.

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Portas abertas, mapa da perseguição 2022: https://portasabertas.org.br/lista-mundial/paises-da-lista

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Uma pessoa só é capaz de ser um pacificador ou uma pacificadora, caso possua um coração puro. Um coração livre da vaidade e do egoísmo, disposto a dar a outra face. E mais uma vez vemos que há uma lógica natural na seqüência das bem-aventuranças. Somente alguém com um coração livre das impurezas da vaidade, do egoísmo e do orgulho poderá ser chamado filho de Deus. Jesus está falando de uma paz que não é como a que as pessoas estão acostumadas. Porque a paz que Jesus oferece não é a paz conforme o mundo a dá (Jo 14.27). A paz da qual se fala por aí é promovida através de tratados de não-agressão que apenas adiam os conflitos. Já a paz de Jesus reconcilia verdadeiramente as pessoas com Deus, de modo que a partir daí, já não há mais nenhuma condenação para aqueles que são seus discípulos.

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A cura pelo amor, sermão do Pr. Ed René Kivitz de 23/10/2022: Escute no Spotify!

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Nessa altura das bem-aventuranças você já deve ter entendido que não poderá alcançar um coração puro por si mesmo. Depois de dar o primeiro passo, reconhecendo sua situação de pobreza espiritual, você não pode supor que agora vai conseguir purificar sua vida por seus próprios méritos, certo? Mas podemos fazer como Davi, que ao contemplar sua própria maldade, quebrantou-se, rendeu-se, arrependeu-se e pediu a Deus que criasse nele um coração puro e que renovasse dentro dele um espírito inabalável (Sl 51.10).

Sim, somente Deus pode purificar o seu e o meu coração. E o bacana é que Deus não só faz isso, mas também coloca na gente até mesmo a vontade de termos corações limpos (Fl 2.13).

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Bem-aventurados os misericordiosos, porque receberão misericórdia.

Se até aqui tem sido demonstrado como o discípulo ou a discípula de Jesus deve olhar para si mesmo, se nesta altura das bem-aventuranças eu e você já conhecemos nossa condição diante de Deus, sabemos que necessitamos da graça divina até mesmo para respirar e por isso ansiamos tanto por justiça, por uma justiça que não encontramos em nós mesmos; então é chegada a hora da gente olhar para fora da gente e de percebermos que os outros são tão pecadores quanto nós. A verdade é que somente com base no que já conhecemos de nós mesmos é que poderemos nos relacionar adequadamente com as outras pessoas. A mesma misericórdia que temos recebido até aqui, precisamos agora demonstrar para as pessoas que nos cercam.

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Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

As bem-aventuranças, conforme temos visto, traçam as características do verdadeiro discípulo de Jesus. E quanto mais se avança, mais se percebe o quão peculiar esse discípulo é. Nossa sociedade valoriza as pessoas espirituosas, que apresentam um espírito elevado. E o discípulo de Jesus reconhece sua miséria, sua pobreza espiritual. De maneira geral, as pessoas fortes são valorizadas. O cristão verdadeiro, por sua vez, é aquele que chora pelos seus pecados. O senso comum é que não se deve levar desaforo pra casa. Já o discípulo de Jesus segue alguém que não só levou um desaforo pra casa, mas levou todos os desaforos, todos os pecados pra cruz.

E de que valerá confessar e lamentar o pecado, reconhecer a verdade a seu respeito diante de Deus e dos homens, e parar por aí? A confissão do pecado deve levar à fome de justiça.

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Sigam-me os maus! O podcast pra quem quer conhecer mais de Jesus.

Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.

O cristianismo se diferencia de todas as outras religiões por causa de uma pequena palavra: graça. Toda religião tenta oferecer ao ser humano uma forma de redenção, uma forma de reconciliação com um deus ou com vários deuses, ou até consigo mesmo. Para que isso ocorra, sempre se espera que o devoto faça alguma coisa, a fim de se tornar merecedor da redenção que almeja. Para o cristão, porém, é diferente. Ele não tem que fazer nada. Tudo já foi feito!

O problema, e um grande problema, é que você olha pra maioria das pessoas que dizem seguir Jesus hoje em dia - eu me refiro a grande parte dos evangélicos que seguem personagens como Malafaia, Feliciano, Valandro, dentre outros - e essas pessoas se acham já boas o suficiente. Olham pro lado e dizem:

"Ah, você é gay, não pode andar comigo, não pode ser da minha igreja."

"Ah, você é maconheiro, esquerdista, comunista, sai de perto que você não é bom como eu!"

Meu Deus, não entenderam nada...

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