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O Tal Podcast

O Tal Podcast

著者: Paula Cardoso e Georgina Angélica
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このコンテンツについて

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com autoria de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

2025 Big Lisbon
人間関係 社会科学
エピソード
  • Francisco Borges: “Não tenho telemóvel. Costumo ler 10 livros por semana"
    2025/06/05

    Junho começou com a comemoração do Dia da Criança e, n’ O Tal Podcast, a data foi assinalada na companhia do estudante Francisco Borges, que, depois das aulas, ainda teve energia para conversar sobre direitos e deveres.

    “Um direito seria, na escola, os professores também deixarem-nos ter ideias”, sugere, explicando que as disciplinas acabam por se tornar um bocado chatas, quando os alunos não têm a oportunidade de participar.

    Mas, atenção: “algumas matérias não têm cura”, avisa Francisco, rápido em identificar o que há de melhor em ser criança. Por um lado, “fazer anos”, diz; por outro, “o desvio às responsabilidades”.

    A caminho dos 13 anos, que celebra em setembro, o convidado deste episódio gosta de festejar o aniversário, mas faz questão de dizer que não tem pressa para chegar à idade adulta. “Acho que ainda tenho um bom tempo para pensar naquilo que quero ser quando for mais crescido”.

    Para já, especializa-se como “devorador de livros”, assinatura que criou nas redes socias, com a ajuda da mãe, a partir de uma das suas grandes paixões: a leitura.

    Habituado, desde bebé, a ouvir histórias, tornou-se um leitor tão voraz que já perdeu a conta ao número de livros que leu este ano.

    Mas tem, na ponta da língua, o último recorde. “Costumo ler 10 livros por semana, só que como parti o pé, comecei a ler quase 10 por dia”, conta.

    Ainda a recuperar dessa fratura, que aconteceu enquanto jogava à bola no recreio da escola, Francisco conta, neste episódio, como tem sido chato ficar quieto, mesmo com tantas histórias para “devorar”.

    Percebe-se porquê, quando ficamos a conhecer as suas atividades extracurriculares: além de jogar futebol, treina kickboxing, faz natação, arranja tempo para umas partidas de xadrez, e ainda participa em conferências. Sempre com a mãe do lado, e sem telemóvel.

    “Acabo sempre por me divertir”, conta, desejoso de voltar à rotina desportiva.

    Até lá, continua a partilhar nas redes sociais outras aventuras do dia-a-dia, que, volta e meia, incluem idas ao tribunal, ou não fosse a mãe advogada. “Na minha página no Facebook e Instagram, partilho as minhas atividades, e também o meu gosto pela leitura”.

    Nesta conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso, Francisco deixa ainda uma mensagem para as crianças – “leiam mais livros” – e uma receita para sociedades melhores: “O mundo precisa de mais paciência”.

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    38 分
  • André Biveti: “Sempre senti que era um produto do Estado Social português”
    2025/05/29

    Campeão nacional de atletismo em várias categorias, André Biveti já tinha conquistado um lugar no Centro de Alto Rendimento do Jamor quando uma lesão o afastou das pistas.

    Precocemente arredado da competição, numa altura em que conciliava as provas desportivas com os exames de Direito, encontrou na política partidária novas metas, traçadas a partir da sua própria realidade.

    “Aquilo que eu sou é, no fundo, o exemplo de como as políticas públicas e sociais são necessárias”, assinala nesta conversa, sublinhando a importância de continuarmos a defender o Estado Social.

    “É a comunidade que nos permite continuar a ter este imaginário de coletivo, ser solidários, e pensar que existem pessoas que necessitam de mais apoio.”

    Firmemente posicionado à esquerda, André começou por integrar a Juventude Socialista, movimentando-se hoje nas fileiras do poder local, na Junta de Freguesia de São Vicente, em Lisboa.

    “É o trabalho de proximidade que nos permite chegar às pessoas, aos nossos vizinhos, e fazer um trabalho comunitário. E é aí que está o coletivo”.

    Foi também nesse ‘chão comum’ que o hoje jurista começou por fincar a sua identidade.

    “Antes de me considerar português, já me considerava do bairro da Graça, porque aquelas pessoas já me reconheciam, já diziam que eu era um deles. E, portanto, o espírito comunitário tem essa lógica muito importante de criar raízes”.

    Filho de mãe angolana e pai congolês, que chegaram ao país como refugiados, André Biveti nasceu em Portugal a 10 de junho de 1992, mas só obteve a nacionalidade aos 15 anos, resultado que parece ter beneficiado da sua performance no atletismo.

    “Acredito que o desporto ajudou a acelerar o processo, porque chegaram a dizer que eu era um bom exemplo de integração”.

    Com ou sem o empurrão das pistas para garantir a cidadania portuguesa, é inegável que foi entre corridas que o ex-atleta encontrou o impulso para se afirmar. “Cresci como uma pessoa bastante tímida, reservada, e o atletismo deu-me um boost de autoestima”.

    O impacto positivo do pódio estendeu-se à escola, onde o socialista entrou para a lista dos melhores alunos. “Comecei a ter melhores notas quando comecei a evoluir mais no atletismo”.

    Formado em Direito – curso que concluiu depois de uma passagem desapontante por Ciência Política –, André conta que “apesar de já ter conquistado algumas coisas”, o peso dos “traumas geracionais” faz com que sinta a pressão de, a cada momento, saber se está a corresponder às expetativas. A começar pela paternidade, que classifica como a maior reinvenção de todas.

    Continue a seguir esta história, na companhia d’ O Tal Podcast, com Georgina Angélica e Paula Cardoso.

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    57 分
  • Luísa Semedo: “Nunca tive problemas em aceitar cargos de responsabilidade. Quando era miúda pensei ser Presidenta da República”
    2025/05/22

    O destino de uma vida na fábrica parecia já traçado na história de Luísa Semedo, mas, mesmo sem qualquer modelo que lhe pudesse servir de referência, era para a liderança política que os seus sonhos apontavam.

    “Quando era miúda, pensei ser Presidenta da República”, conta neste episódio, distanciando os planos infantis de ambições de poder, e aproximando-os do desejo de cuidar.

    “Sou a irmã mais velha, tive que cuidar dos meus irmãos, tive que cuidar também dos adultos da minha família, que tinham algumas problemáticas. E, portanto, sempre fui a mãe de muita gente”.

    Desde cedo habituada a assumir e a acumular responsabilidades, a investigadora reconhece agora a necessidade de parar.

    “Estou a viver um burnout há alguns meses. Estou a tentar sair dele, e a fazer muita aprendizagem em relação a isso.”

    O diagnóstico de Luísa surgiu após o assassinato de Odair Moniz, e confrontou-a com uma realidade ainda pouco conhecida, e até incompreendida: o burnout do ativismo, território no qual se move, em defesa dos Direitos Humanos.

    “Sinto-me, muitas vezes, num lugar de privilégio e, portanto, tenho dificuldade em dizer não, porque tenho que estar à altura e tenho que conseguir”.

    Nascida em 1977, em Lisboa, Luísa cresceu no Bairro da Serafina, filha de mãe portuguesa e pai cabo-verdiano, ambos operários.

    Ainda criança, recorda que deixou de acreditar em Deus, quando estudava numa escola de freiras. “Fiquei ateia, mas com medo de ser má pessoa”, admite.

    Já adulta e a viver em França, para onde emigrou aos 24 anos, a investigadora, escritora e cronista, procurou compreender se existe uma capacidade universal, e que não tenha que ver exclusivamente com a cultura ou a religião, que faça dos seres humanos boas pessoas. Foi aí que encontrou a empatia, tema da sua tese de doutoramento em Filosofia, pela Universidade Paris-Sorbonne.

    Nos antípodas desta descoberta, Luísa partilha ainda como o combate à discriminação a confrontou com o pior da desumanização. “Fui atacada por um neonazi, e pensei mesmo: vou morrer”.

    Sem heroísmos, a ativista conta, nesta conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso, como lidou com essa e outras agressões: “Não é o que eu faço, é o que eu sou”.

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    52 分

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